Os donos da cidade

Os donos da cidade

Introdução

Olhares sobre a cidade

A cidade não se constitui ou se reduz a um mero objeto de estudo, mas um lugar por excelência da invenção de direitos e o exercício da cidadania. Sendo um espaço de criação e ampliação de direitos, ela não se limita ao poder político nem à reprodução da vida social. A cidade é maior que a fábrica e a mina e não se reduz ao espaço de consumo e lazer. A cidade é a vida, é o espaço onde a família de olhos1 se encontra e/ou se desencontra, se encanta e/ ou se desencanta. Os estudos feitos até o momento, de influência marxista ou não, têm enfatizado alguns aspectos da experiência de Criciúma – especialmente aqueles relacionados à mineração, ao meio ambiente e ao processo de colonização. Esses estudos – citados ao longo deste livro – têm utilizado como “chaves de leitura” uma concepção teórica e metodológica que reforça a visão da cidade em termos de conciliação ou de contradição de classes, faz um “elogio” à mineração ou uma crítica às consequências sociais e ambientais da mineração; mais recentemente, esses estudos têm tratado das experiências de luta dos trabalhadores mineiros e de outras categorias ou setores produtivos. Neste sentido são fundamentais para se compreender a história e a realidade local.

Os donos da cidade
José Paulo Teixeira. – Florianópolis: Cidade Futura.

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