O tempo ao seu lado

Porque a vida não passa

A idade não passa.

O tempo não passa.

A bola não passa.

O próprio passe não passa.

Tudo ultrapassa.

 

Nessa passagem tênue quando dizemos  “o ano que passa” 

– É o ano que vem. O velho vestido de novo.

Pois o ano não passa,

passamos nós os passantes.

 

Nem pensamentos ou sentimentos passam.

Como a dor e a alegria não passam.

O próprio passado não passa

–       salta, assalta, sobressalta –

 

pois a vida – ainda a Vida!–

pede passagem sem passar

se deixa tocar, agarrar

se deixa poemar,  pensar

se deixa inventar, lidar

e assim vivemos

– acreditamos, imaginamos, recitamos –

 

em nós mesmos 

                         no outro/na outra

como se fôssemos a falta que passa

nos dias contados

nas horas marcadas

nos minutos sumidos

os segundos perdidos

nos étimos acumulados ao lado – paradigmáticos acúmulos –

tantos outros terceiros,

derradeiros instantes, muito depois de antes,

eternos poentes nascentes

estes sim, passantes presentes,

pedintes, suplicantes futuros

perdidos na paisagem  – país/agem –

que deixamos passar

no ter-lugar no presente vivido

neste por vir que se passa adiante

vestido de pássaro alado, cantante

como o tempo amigo

mais antigo

que sempre volta

para acordar ao seu lado.

BREVIÁRIOS

Written by : José Paulo Teixeira

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Donec fringilla nunc eu turpis dignissim, at euismod sapien tincidunt.

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